quarta-feira, 2 de dezembro de 2009

PARA UM NOVO ARQUÉTIPO DE «SÁBIO»!...

Face ao global contexto da profunda crise em que o planeta está mergulhado, torna-se imperioso não só aprender a dominar e a regular estrategicamente o efectivo e tremendo poder que já vimos exercendo sobre a natureza, sobre o homem e sobre o mundo, mas também instituir a mathesis, a aletheutica, a metrica, a sophia e a sophrosyne de uma nova Educação, de uma nova Ética e de um novo Direito: natura siue humanitas > humanitas siue cultura siue paideia > magister siue discipulus > creator siue creatura > pater siue filius > gubernator siue gubernatus > ius siue homo / siue uita > factum siue derectum…
O farol iluminante dessa conjugal e conjugada aprendizagem estratégica e dessa dinâmica fundadora reside, antes de mais, no potencial educativo e formativo das Belas Artes e das Humanidades, das Humanae Litterae, dos Studia Humanitatis...
Nesse humanizado e humanizador ensino e aprendizagem, nessa antropagógica, coral e sinfónica Paideia, ir-se-á moldando e configurando o disseminável e universalizável “arquétipo” do «sábio» do nosso tempo, síntese criativa resultante da combinatória do «legislador dos tempos heróicos» com «o moderno titular do saber rigoroso», simbiose harmoniosa e fecundante do humanista e do artista com o pensador e o cientista (Michel Serres)… Paradigma e referência do cidadão generoso, atento e lúcido, audacioso e prudente andarilho da natureza e da sociedade, inquieto e devoto peregrino do orbe inteiro, movido da paixão pelos pássaros, pelos prados e pelas flores, pelos lírios do campo, pelas fontes, pelos rios, pelas areias, pelas nuvens e pelos ventos, pelas montanhas, pelos mares, pelos céus e pelas estrelas, vagueando sem parar pelo intervalo que medeia entre, por um lado, a opulência, a riqueza, a abundância e o esbanjamento e, pelo outro, a miséria, a pobreza, a indigência e a fome, entre o tudo e o nada, a vida e a morte, a esperança e o desespero, a alegria e a festa e as lágrimas e o luto, a sombra e a luz, o conhecimento, o saber e a sabedoria e o analfabetismo, a iliteracia e a ignorância…
Jovem e senhor, fidalgo e plebeu, monge e vagabundo, crente e descrente, santo e pecador, solitário e solidário, local e global e, acima de tudo, ardendo de amor pela Humanidade e pela Terra…


Fernando Paulo Baptista

2 comentários:

  1. Caro Paulo

    Não sei se serei capaz de o continuar a tratar com esta simplicidade, mesmo depois daquele bonito almoço em ambiente familiar com o Arménio Vasconcelos, naquele ambiente idílico de "Além do Rio".
    De facto, ao ler as suas reflexões profundas e, ao mesmo tempo, tão apelativas à mudança do estilo de vida do Homem actual, fica-se com a sensação de que é uma obrigação tratá-lo como um "sábio" que sente um prazer infinito em partilhar as suas concepções de vida e do uso perfeito da PALAVRA para sermos capazes de comunicar nessa conformidade; a de nos entendermos quanto à forma como teremos forçosamente de reorganizar os nossos estilos de Vida, face à Terra e ao seu equilíbrio Cósmico.

    Agradecia muito que me pudesse facultar o seu e-mail através de asnunes@sapo.pt

    Com um grande abraço deste Viseense/Leireense,

    António Nunes

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  2. Aí vão, com o afecto e o prazer da partilha na reciprocidade e paridade que nos faz «irmãos» e «concidadãos» no mesmo projecto de cidadania:

    e-mail: fpbaptista@sapo.pt

    facebook: Fernando Paulo Baptista // Facebook

    O abraço ex corde

    do FPaulo

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